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2012 - Livro Vermelho 2013

Eryngium eriophorum Cham. & Schltdl. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-06-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Eryngium eriophorum é uma espécie campestre com distribuição geográfica razoavelmente ampla no domínio da Mata Atlântica. Ocorre em pelo menos uma unidade de conservação (SNUC) de proteção integral.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Eryngium eriophorum Cham. & Schltdl.;

Família: Apiaceae

Sinônimos:

  • > Eryngium eriophorum var. vegetius ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie é facilmente reconhecida pelos capítulos azuis e folhas paralelinérveas terminando em ponta obtusa. Nome popular: "caraguatá-ciperáceo" (Mathias et al., 1972).

Potêncial valor econômico

A espécie possui potencial ornamental (Mathias et al., 1972).

Distribuição

Ocorre no Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Corrêa; Pirani, 2005); entre 850-1.000 m de altitude (Mathias et al., 1972).

Ecologia

Erva perene, que habita campos sazonais de solo rochoso. Fértil de janeiro a maio (Corrêa; Pirani, 2005).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A área total de Campos no Sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da área total dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados da região Sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil. O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas. Outra forte ameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processo de erosão. Apenas 453 km² dos Campos Sulinos estão protegidos em unidades de conservação (SNUC) de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, o bioma no Estado representa cerca de 18% do remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreas protegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas (favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração, extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição da água, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes à conservação dos remanescentes da Mata Atlântica no Estado de São Paulo (Costa, 1997).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Extinta" (EX) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Encontrada na Estação Ecológica Itapeva, Itapeva - SP (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- CORRÊA, I. P.; PIRANI, J. R. Eryngium (Apiaceae). In: WANDERLEY, M. G. L.; SHEPHERD, G. J.; MELHEN, T. S.; GIULIETTI, A. M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.17-26, 2005.

- M. E. MATHIAS; L. CONSTANCE; D. ARAUJO. Umbelliferae. 1972. 178-181 p.

- E. R. T. STUMPF; S. Z. FISCHER; G. HEIDEN; R. L. BARBIERI. Espécies de Eryngium para a Arte Floral., Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, p.501-503, 2007.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- OVERBECK, G.E.; MÜLLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. p.26-41, 2009.

- COSTA, J.P.O. Avaliação da reserva da biosfera da Mata Atlântica., 1997.

Como citar

CNCFlora. Eryngium eriophorum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eryngium eriophorum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/06/2012 - 21:14:00